O Fim do Home Office? O Que Está Por Trás do Retorno Presencial nas Gigantes Globais | Sérgio BerlottoSérgio Berlotto - Desenvolvedor | Arquiteto | Python Expert
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O Fim do Home Office? O Que Está Por Trás do Retorno Presencial nas Gigantes Globais

O Fim do Home Office? O Que Está Por Trás do Retorno Presencial nas Gigantes Globais

Gestão & Liderança

O Fim do Home Office? O Artigo que Desvenda as Razões e Tensões do Retorno Presencial nas Gigantes Globais

O artigo “O Fim do Home Office? Uma Análise Crítica do Retorno ao Trabalho Presencial em Grandes Empresas Globais”, de minha autoria, realiza uma revisão narrativa e integrativa de fontes publicadas entre 2024 e 2025 para investigar o crescente movimento Return to Office (RTO). O estudo se concentra em grandes corporações de setores como tecnologia, serviços financeiros e serviços corporativos na América do Norte, Europa e América Latina.

O RTO marca uma reversão notável na adoção do trabalho remoto que se consolidou durante a pandemia de Covid-19, com a presença regular no escritório voltando a ocupar um papel central.

As Principais Justificativas Declaradas pelas Corporações

A análise documental revela um conjunto recorrente de motivos oficiais utilizados pelas empresas para reduzir o home office integral ou adotar modelos híbridos rígidos:

  1. Aumento da Produtividade e Eficiência Operacional: Atribuídos à maior facilidade de coordenação e supervisão presencial.
  2. Fortalecimento da Cultura Organizacional: A convivência física é vista como essencial para transmitir valores e reforçar o senso de pertencimento, considerado prejudicado pelo longo período remoto.
  3. Estímulo à Inovação e Criatividade: Associados à interação espontânea e aos “encontros de corredor”.
  4. Necessidade de Maior Controle Gerencial: Facilitar a visibilidade do trabalho e garantir o alinhamento de objetivos.

Análise Crítica: O Que Está Por Trás do Discurso Oficial?

O artigo vai além das narrativas corporativas e sugere que a motivação para o RTO é complexa e multifacetada:

  • Modelos Mentais Tradicionais de Gestão e Controle: A exigência de presença reflete modelos tradicionais de poder e vigilância. Sob a ótica de teóricos como Foucault e Zuboff, o escritório físico atua como uma tecnologia de controle menos custosa e socialmente aceitável do que a vigilância digital.
  • Interesses Econômicos: e pressões de acionistas são um fator significativo, contribuindo para justificar os investimentos feitos.
  • O Desafio Humano do Remoto: O RTO também emerge de desafios genuínos enfrentados pelos próprios funcionários. Muitos trabalhadores reportam dificuldades em manter o foco, separar tarefas profissionais e pessoais e lidar com distrações domésticas, fatores que impactam seu desempenho e que a gestão busca solucionar através do retorno físico.

Exemplos do Movimento RTO em Ação

O estudo destaca o surgimento de modelos híbridos que privilegiam a presença (por exemplo, 3 dias por semana), e o retorno quase integral em certos setores:

  • Empresas como o Nubank encerraram o regime 100% remoto, citando “custos invisíveis” na colaboração, integração e inovação, adotando um modelo híbrido.
  • Grandes instituições financeiras, como o JPMorgan, determinaram o retorno integral (cinco dias por semana) para determinados grupos de liderança, argumentando que a tomada de decisão estratégica exige convivência cotidiana.
  • Em diversas políticas, a frequência presencial foi atrelada a oportunidades de promoção e visibilidade diante da liderança, reforçando a adesão ao escritório como “centro” da experiência de trabalho.

Tensão e Impactos Desiguais

O retorno não ocorre sem atritos. O artigo aponta que políticas rígidas de retorno podem gerar resistência, insatisfação e demissões. Além disso, a redução da flexibilidade tende a aprofundar desigualdades pré-existentes, afetando especialmente trabalhadores com menos suporte pessoal ou familiar.

O estudo conclui que a compreensão do RTO exige uma abordagem crítica que não trate as narrativas corporativas como verdades estabelecidas, mas que considere a complexa mistura de necessidades operacionais, modelos gerenciais tradicionais, pressões econômicas e os desafios reais de adaptação dos trabalhadores ao mundo pós-pandemia.

Para entender como a revalorização do presencial reforça narrativas sobre o que significa ser um trabalhador “produtivo” e como essa tendência impacta a retenção de talentos e a justiça social, acesse o artigo completo!

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