Vibecoding — Transformando Equipes com Inteligência Artificial | Sérgio BerlottoSérgio Berlotto - Desenvolvedor | Arquiteto | Python Expert
Vibecoding — Transformando Equipes com Inteligência Artificial

Vibecoding — Transformando Equipes com Inteligência Artificial

Inteligência Artificial

Muito Além dos Prompts

Na última quarta-feira, compartilhei em Joinville um pouco da nossa jornada na Jetbov com um conceito que temos vivido na prática: Vibecoding.

Mais do que um novo termo, o Vibecoding representa uma mudança profunda de mentalidade no desenvolvimento de software. Ele nasce de uma pergunta simples, mas provocativa:

O seu time está apenas codando… ou está vibrando no código?


O que é Vibecoding?

No centro do Vibecoding está a ideia de colaboração ativa entre desenvolvedor e inteligência artificial — não como ferramenta de atalho ou substituição, mas como uma parceira estratégica, capaz de participar de todas as etapas do desenvolvimento: da ideação à manutenção, passando pela codificação, refatoração e documentação.

Codificar deixa de ser uma tarefa mecânica. Passa a ser um diálogo inteligente, onde o dev fornece contexto, intenção, estrutura, e a IA responde com soluções. É um ciclo iterativo, criativo e produtivo — que exige, sim, domínio técnico, mas também clareza de objetivos e pensamento sistêmico.


O segredo está no papel do desenvolvedor

Muito se fala sobre prompt engineering. E de fato, bons prompts fazem diferença. Mas o verdadeiro diferencial do Vibecoding está no papel que o desenvolvedor assume nesse novo fluxo.

De executor de tarefas, o dev passa a ser um estrategista, um curador. Ele precisa:

  • Compreender profundamente o sistema e os objetivos do negócio
  • Formular intenções claras e precisas
  • Avaliar criticamente o que a IA propõe
  • Refinar, adaptar e alinhar a entrega ao que realmente gera valor

Nesse modelo, a pergunta central muda.

Em vez de perguntar:

“Como eu escrevo esse código?”
Começamos a perguntar:
“Qual é o melhor jeito de resolver esse problema?”

Essa mudança de pergunta é o que destrava o verdadeiro potencial da IA no desenvolvimento.


O antes e o depois na Jetbov

A Jetbov não nasceu com Vibecoding. Começamos com um monolito Django, práticas ágeis convencionais (Scrum, com sprints mal concluídos), pouca padronização entre módulos e muita lógica de negócio espalhada.

O time, mesmo sendo excelente, gastava energia demais com tarefas repetitivas e técnicas. Nem sempre havia tempo para pensar em usabilidade, inovação ou real entrega de valor.

Entendemos que não poderiamos adotar a IA apenas por hype. Só adotaríamos quando tivéssemos estrutura, padrões e clareza de onde ela poderia multiplicar resultados.


O que fizemos (e o que não fizemos)

Antes de acelerar, organizamos a casa:

  • Migramos do monolito para uma arquitetura de serviços, com Clean Architecture e princípios de Clean Code
  • Adotamos o uso de rules diretamente no editor (via Cursor), mantendo padrões e boas práticas vivas
  • Promovemos workshops internos com foco em capacitação real, e não “adoção por osmose”
  • Estabelecemos objetivos claros e demos espaço para o time testar, errar, adaptar

E o mais importante: usamos a IA com responsabilidade. Nada de jogar IA em tudo de qualquer jeito. Cada passo foi consciente e com propósito.


Como aplicamos o Vibecoding

Hoje, o Vibecoding está presente em praticamente todo nosso ciclo de desenvolvimento. Alguns exemplos reais:

  • Criação de novas features com geração guiada por prompt
  • Refatoração e manutenção assistida de código legado
  • Correções e novas telas no frontend feitas com muito mais agilidade
  • Otimização de queries SQL com ganhos de até 80% de performance
  • Geração automatizada de testes
  • MVPs criados em poucos dias usando ferramentas como v0.dev e Cursor
  • Scripts e análises de dados construídos com apoio de IA generativa (ChatGPT e Claude)
  • Desenvolvimento de agents internos para apoio ao onboarding e processos

E não paramos por aí. A IA passou a ser parte ativa do nosso fluxo — desde a ideação até o pós-entrega.


Ferramentas que usamos

No nosso ecossistema Vibecoding, utilizamos:

  • Cursor.sh: editor com IA integrada, navegação por grandes bases de código e suporte a regras internas
  • v0.dev: prototipação ultrarrápida de interfaces
  • ChatGPT + Claude: ciência de dados, scripts, notebooks, diagnósticos

Para chegar a estas opções fizemos, claro, uma pequisa e testes com outras ferramentas do mercado como GitHub Copilot, CodeWhisperer, Cody, Tabnine, Manus, DreamFlow entre outras.


Resultados concretos

A transição para o Vibecoding já trouxe ganhos mensuráveis:

  • +50% de velocidade no desenvolvimento
  • Agilidade na correção de bugs e menos retrabalho
  • Aceleração de MVPs e correções no front
  • Melhoria na performance de queries
  • Aumento de motivação do time após workshops e adoção prática da IA
  • Elevação do nível técnico dos desenvolvedores

Não substituímos ninguém. Multiplicamos nosso potencial.


O novo papel do gestor

Com o desenvolvedor mais estratégico, o gestor também precisa evoluir.

Hoje, medimos entregas por valor, não por esforço. Investimos em capacitação contínua em IA. E claro, estamos de olho em novas trilhas de carreira e lideramos com clareza, contexto e padrões.

O papel do gestor é abrir caminho, não empurrar tarefas.


O que vem por aí

Ainda estamos só começando. Nossas próximas frentes incluem:

  • Revisão automatizada de PRs com IA
  • Documentação de produto gerada junto com o código
  • IA ajudando em decisões arquiteturais incrementais
  • Migração assistida de código legado
  • DevOps inteligente com apoio de LLMs

Conclusão

Vibecoding não é sobre depender de IA. É sobre ampliar o impacto humano com inteligência artificial como aliada.

A IA potencializa programadores.

Vibecoding é sobre propósito, contexto, estratégia e entrega real de valor.

E o mais bonito de tudo: ele tornou o código novamente um lugar de criação, não apenas de produção.


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